Edmilson Peixoto
Autor: Antonio Nilson Paz
Poeta paraense

Toda a beleza do mundo está:
No canto de quem canta;
No corpo de quem dança;
Na manhã que se levanta em todo amanhecer.

Toda a beleza do mundo está:
Na boca de quem beija;
No abraço de quem abraça;
Na alma de quem ama em todo entardecer.

Toda a beleza do mundo está:
No desejo de querer;
Na maneira de falar e no no jeito de fazer.

Toda a beleza do mundo está:
Na forma de lutar;
Na grandeza de viver e no vento a soprar.

Toda a beleza do mundo está:
Nos olhos de quem vê.
Edmilson Peixoto
Autor: Werventon dos Santos Miranda
Doutorando em Matemática na UFPA

Meu colega Werventon Miranda, está apresentando alguns pontos para reflexão e debate acerca da tão necessária Reforma Política neste país. Como faz-se importante que todos tomem conhecimento e participem com mais sugestões, a mim foi cedido pelo autor para divulgar este Fragmento reflexivo descrito a seguir:

"Os resultados do 1º turno das eleições 2010, na qual fomos às urnas no intuito de escolhermos nossos representantes para as Assembléias Legislativas estaduais e distrital, Câmara Federal e dois dos três senadores por estado e do Distrito Federal além dos que irão responder pelo executivo dessas respectivas unidades federativas e pelo país; mostrou que as incoerências de nosso sistema político-eleitoral começa a desagradar também os que dele vivem (os políticos) como a muito vem incomodando a nós eleitores.

A proporcionalidade para a representação legislativa faz com que candidatos de votação expressiva conquistem o mandato para si e para outros do mesmo partido ou coligação, deixando sem mandatos outros que receberam menos votos que eles, porém muito mais do que os outros que assumirão o mandato em função do prestígio do 1º e não por ter reconhecimento de seu próprio trabalho e/ou propostas.

Mas o que está por traz da proporcionalidade? É ela ou há outra coisa que está distorcendo a vontade popular?

Aparentemente ganha força a necessidade de uma reforma política. Entre os pontos de destaque está à fidelidade partidária, o financiamento público de campanha, a lista pré-ordenada, etc.; ou seja, o respeito à vontade do eleitor não fica evidente nesses pontos. As discussões iniciais não deixam claro o peso da opinião popular nos critérios de alteração; por exemplo, o eleitor poderá alterar a ordem dos candidatos na lista? se não vai, qual será a diferença em relação ao que acontece hoje, quando o mais votado é um, e o investido no mandato é outro? Acabará a coligação para os mandatos proporcionais? O voto continuará obrigatório para a maioria da população? Os votos brancos e nulos continuarão sendo ignorados na apuração?

Sou o tipo de eleitor que vota no candidato independente do partido ou coligação a que o mesmo pertença. Se legenda partidária fosse garantia de idoneidade política, partidos que condenam a corrupção em um dado momento não teriam alguns de seus filiados envolvidos neste tipo de falha em outros. Tenho resistência a ideia da lista pré-ordenada ou “fechada”, que na prática torna obrigatório o voto de legenda. Mas diante do que tenho observado nas últimas eleições, já aceito discutir o assunto nos seguintes termos:

1. O voto seria facultativo para todos, porém as eleições só teriam validade se 70% ou mais dos eleitores comparecessem as urnas, e desses, menos de 50% votassem branco ou nulo;

2. Em caso de não validade das eleições por não atender os requisitos do item 01 (um), outra eleição seria convocada para no máximo 180 dias depois, sem que os candidatos que participaram da eleição invalidada participem; pois os mesmos e/ou suas propostas foram claramente rejeitadas;

3. O voto para o legislativo proporcional passaria a ser feito em duas etapas: na primeira o eleitor escolhe a lista partidária de sua preferência ou invalida a escolha (voto nulo ou branco); na segunda o eleitor teria a opção de confirmar a ordem feita pelo partido ou digitar o número do candidato daquela lista que ele quer que esteja em 1º lugar. A lista seria reordenada se 50% mais um do número de eleitores que escolheu a lista não a tiver confirmado;

4. O número de candidatos de cada lista terá obrigatoriamente o dobro do número de vagas a ser preenchidas.

Pelo que pude entender, a questão da lista pré-ordenada está vinculada ao financiamento público de campanha e a obrigatoriedade de ser vinculado a um partido para ter direito de registrar a candidatura (como hoje); no entanto, acredito que já é hora de se discutir a possibilidade da candidatura de quem não tem filiação partidária. Na hipótese de candidaturas sem vínculo partidário para qualquer função ou esfera, o financiamento de campanha seria público ou cada candidato deveria buscar doações como ocorre hoje? Após ser eleito o candidato poderia a qualquer momento se filiar a um partido ou deveria aguardar a “janela política” como na prática atual?

Acredito que muito do que se pratica hoje pode e deve ser mantido como: a proporcionalidade seria aplicada pelo coeficiente eleitoral, (só que para as listas ou candidaturas avulsas), a cota feminina, a ficha limpa e outras seriam preservadas.

Não tenho condições ou a pretensão de ter uma proposta completa em um tema tão complexo; mas como eleitor que às vezes tem que comparecer as urnas em primeiro ou segundo turno sem que haja realmente uma opção de escolha, na iminência de ter o sistema eleitoral discutido sob a ótica dos políticos, gostaria de ser uma voz a se considerar e que cada um dos partidos políticos promovesse em cada cidade um seminário para discutir com a população sua visão de reforma política e outras que são tão reivindicadas; mas discutidas as portas fechadas."
Edmilson Peixoto
Autor: Edmilson Alves Peixoto
Publicado na Edição nº 26 do Jornal "O Pioneiro"

Canaã, de acordo com as descrições bíblicas era a terra prometida por Deus aos descendentes hebraicos após o êxodo do Egito. A terra que jorrava leite e mel em abundância.

Canaã dos Carajás é também uma terra prometida que atraiu muita gente heroica e brava do norte, nordeste sudeste, do sul, centro-oeste e de todo o Brasil, pois é a terra que mina o cobre, o níquel, o ouro e outros tesouros conforme transcrição de Jeová Gonçalves de Andrade na letra do maravilhoso hino em homenagem ao município.

Para chegar a Canaã bíblica prometida por Deus e saciar-se com o leite e o mel, grande multidão se deslocou durante anos para viver na plenitude. Também para a Canaã do Sudeste Paraense veio gente deixando o passado em terras distantes e depararam aqui com imensas riquezas. Mas, o nosso leite e o nosso mel em forma de minérios, passaram a ser vistos apenas saindo em grandes quantidades do município para alimentar a famigerada fome insaciável do lucro multinacional. Ficando por aqui, apenas o sonho de ter um lugar digno para viver, junto com o “rejeito”, daquilo que é descartado por não agregar valor comercial e uma imensa cratera.

Os otimistas podem até partir do princípio que são apenas dezesseis anos de caminhada da Canaã daqui, enquanto que na Canaã de Israel, a caminhada durou quarenta anos com muita luta, cansaço e sacrifícios para enfim encontrar muito leite e mel. Mas o que nossa “jovem Canaã” terá para oferecer aos seus filhos quando estes tiverem quarenta anos de caminhada? Não é preciso saber fazer previsões futuristas, nem ter uma visão pessimista para imaginar o imenso buraco que servirá para sepultar aqueles que desafiaram o futuro no verde escuro no seio da Amazônia para construir e viver nesta cidade de sonhos com esperança juvenil.

É o sonho do povo que através do trabalho duro, cresceria e se desenvolveria com dignidade junto com sua família e saciaria com o leite e o mel doado pela mãe natureza. Portanto, os “insaciáveis” pelo capital, querem cada vez mais e mais. Agora passaram também a vender saúde, educação, cultura e até mesmo essa gente. Tudo em nome da ganância e do lucro, enquanto a intenção divina era que houvesse a divisão coletiva da produção, através de uma justa distribuição da renda proveniente desta riqueza, aplicada em saúde e educação de qualidade, energia elétrica decente, saneamento básico e outros componentes necessários para a satisfação do sonho dos canaenses de viver com dignidade.

Parabéns Canaã! Que um dia consigamos alcançar a estância com toda a esperança através da união do povo e fazer parte de sua história. Mas, primeiro é preciso que sua gente se conscientize para não continuar sendo surripiadas pelos faraós “sanguessugas” deste município e que o seu leite e o seu mel possa ser melhor distribuído entre seu povo.