Edmilson Peixoto
O site do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) de 2012 entrou no ar na segunda-feira (26). Nesse primeiro momento, os estudantes poderão consultar os cursos e as vagas disponíveis.

As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que seleciona estudantes para vagas em cursos de graduação de diversas universidades brasileiras poderão ser feitas a partir da zero hora do dia 07 de janeiro, pelo site do Mec.

No primeiro semestre do próximo ano, o sistema oferecerá 108.552 vagas — 30% a mais em relação ao mesmo período de 2011 — em 3.327 cursos. O número de instituições de ensino também aumentou, de 83 para 95, nos 26 estados — não serão oferecidas vagas em instituições do Distrito Federal.

As inscrições serão abertas à zero hora de 7 de janeiro e se estenderão até a meia-noite do dia 12 do mesmo mês. O estudante deve fazer duas opções de curso. Durante o período de inscrições, ele poderá mudar essas opções, com base na nota de corte (nota mínima). Cada mudança invalidará a opção anterior.

Diferente dos anos anteriores, quando o sistema ficava fora do ar de zero hora às 6 horas da manhã para atualização, em 2012 ele funcionará ininterruptamente. As notas de corte serão divulgadas de madrugada, diariamente.

O candidato aprovado na primeira opção de curso será automaticamente retirado do sistema. Caso não faça a matrícula na instituição para a qual foi selecionado, perderá a vaga. O que for selecionado para a segunda opção ou não atingir a nota mínima em nenhum dos dois cursos escolhidos pode permanecer no sistema e ser convocado nas chamadas seguintes.
Edmilson Peixoto
Por Tatiana Merlino

Lucinete* aproxima-se de um homem sentado em uma cadeira de plástico, que, acompanhado de uma jovem, toma cerveja.
– Oi, tudo bem? Você não me ligou... Por quê? – questiona ela.
Não é possível ouvir a resposta.
“Combinamos de ele me ligar amanhã ao meio dia para a gente sair”, conta Lucinete ao voltar, sorrindo. O homem aparenta ter entre 50 e 55 anos, e, embora esteja com uma moça ao seu lado, a quem acaricia e beija, lança muitos olhares para o corpo de Lucinete. A adolescente de 16 anos veste uma calça jeans justa, mini-blusa vermelha, também colada ao corpo, batom vermelho e pintura forte nos olhos.
Como Lucinete, várias outras meninas circulam pelo local, numa noite de sábado do mês de outubro. O figurino é o mesmo: roupinhas justas, curtas, brilhantes, maquiagem no rosto, salto alto, unhas pintadas, cabelo arrumado. A casa de baile de Bom Jesus das Selvas, município localizado no oeste do Maranhão, é o ponto de encontro da cidade, a balada onde jovens, e nem tão jovens, encontram-se para beber, dançar e confraternizar. É ali que também ocorrem os encontros de meninas pobres da cidade com os funcionários das empresas que chegaram a partir de 2010, entre elas a Norberto Odebrecht. Na cidade, a construtora instalou um de seus canteiros de obras para a duplicação de 605 dos 892 quilômetros da Estrada de Ferro Carajás (EFC), concessionária da transnacional mineradora Vale (os quilômetros restantes já foram duplicados e hoje servem de pátios de cruzamento).
A duplicação faz parte de um pacote de cerca de 7,8 bilhões de dólares até 2014 e atenderá o maior projeto da história da empresa e também o maior da indústria de minério de ferro do mundo: o S11D, que será implantado na Serra Sul de Carajás, em Canaã dos Carajás, Pará.
Para atender à iniciativa, a mineradora também construirá um ramal ferroviário de 100 quilômetros ligando a mina de Canaã dos Carajás à EFC, em Parauapebas, e um quarto píer no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, na capital São Luís, no litoral maranhense. O projeto aumentará a capacidade de produção de minério dos atuais 100 milhões de toneladas ao ano, em 2010 para 230 milhões, em 2015.
Tal aporte pode ser explicado pela pesquisa da Global Industry Analysts (GIA), que aponta que até 2015 o consumo mundial de minério de ferro deve atingir 1,7 bilhão de toneladas ao ano, aumento de 70% em relação a 2010. O aumento no consumo é impulsionado pelo crescimento da economia de países emergentes, em especial a China.

Edmilson Peixoto

A luta para conquistar o poder político, passa a ser indecente e imoral quando propostas mirabolantes de melhorias substanciais na vida dos cidadãos fazem parte dos discursos elegantes e extasiantes daqueles que se colocam como candidatos a “administradores do dinheiro público”, dizendo que vai fazer, que vai acontecer e blá, blá, blá, blá, blá, blá.... Parece até que nem existem desafios pela frente. E, quando os objetivos de acesso ao poder são atingidos, suas ações não passam de verdadeiros imbróglios.
É uma tremenda enganação, ou “conversa prá boi dormir”. Setores como saúde, educação e segurança são apenas equações mal resolvidas que os “promesseiros de plantão” logo encontram soluções exatas e rápidas. Assim, muita gente, totalmente anestesiada, vibra, aplaude e sussurra: Ufa! Até que enfim. Mas, infelizmente, estes estratos setoriais só servem para propagar propostas alucinógenas dos “enganadores do povo”, porque a saúde continua um caos, a educação nunca conseguiu atingir a tão propagada qualidade social e a segurança vive um estado de insegurança total, sem proteger ninguém.
Acredito que a saúde é o serviço mais requisitado pela população, justamente pela falta de investimentos em educação que possa informar e conscientizar as pessoas, além da necessidade de formar mais profissionais que possam cuidar da saúde pública e de sua prevenção, mas mesmo essencial, a educação que deveria ocupar um lugar de destaque dentre os demais direitos dos cidadãos, não consegue o apoio necessário para acompanhar o ritmo acelerado das informações e transformá-las em conhecimento.
O que existe de fato são alunos desmotivados, estudando em espaços inadequados, sem transporte escolar e merenda de qualidade e com recursos pedagógicos e didáticos insuficientes, ultrapassados ou simplesmente inexistentes. Por outro lado, os educadores, ainda precisam acionar o último instrumento legal de pressão que é a greve, para tentar garantir direitos já adquiridos, mas negados por aqueles que agora já legitimados como “representantes do povo”, se esquecem levianamente do discurso de “salvadores da pátria”, passando a utilizar a carapaça dos ditadores para criminalizar e perseguir trabalhadores participantes nos movimentos reivindicatórios. Uma vergonha!
Como se não bastasse tanta perseguição em nome da intransigência, da incoerência e da incompetência administrativa, inexplicavelmente com base nestes mesmos parâmetros, a “justiça” julgou a greve como um movimento ilegal por tratar-se de uma luta pelo cumprimento da lei do piso salarial nacional até então não cumprida pelo governo do estado. Será que a ilegalidade atribuída à greve teve como base a legalidade da lei federal ou foi o tipo de venda que tapou os olhos tendenciosos e não mais da equidade da justiça?
Depois do menosprezo e do tratamento irresponsável do governo e com aval jurídico, passamos a imaginar como será o futuro da educação pública no Pará e concluímos que, infelizmente, ela deverá amargar por muito tempo os piores índices de qualidade e estatísticos de rendimento educacional no Brasil. Mas, nada que não esteja escrito na cartilha dos governos neoliberais e dos seus protetores que é o sucateamento de todo bem público.
Edmilson Peixoto
Publicado na Edição nº 37 do Jornal "O Pioneiro" (...)
             Alguns dias atrás fiz uma análise sobre o poder da representatividade que os políticos exercem sobre nós, pobres eleitores, e é impressionante como o poder político burla a democracia ao generalizar sua plenitude. Mas, a democracia da representatividade está em frangalhos; um verdadeiro esfacelamento. Então, acredito que podemos considerar nossa participação, tão somente como se fôssemos “fragmentos democráticos”.
O fragmento democrático que nos cabe é ditado por uma parcela muito pequena da sociedade e quando recorremos aos números, observamos, por exemplo, que aqui em Canaã dos Carajás tem 20.697 eleitores aptos para o exercício do voto e deste total, somente 2.718 estão distribuídos nos 24 partidos existentes por aqui e isso representa apenas 13% do eleitorado que faz a primeira seleção dos nomes que iremos votar. Então a primeira seletiva já implica no corte democrático da representatividade política.
Por outro lado, dentre os partidos existentes, cinco deles sozinhos tem mais da metade dos eleitores filiados, ao passo que entre os denominados “nanicos” existem aqueles que contam apenas com os representantes das suas comissões provisórias, ou diretórios e só existem para solicitar uma fatia maior do bolo na divisão dos cargos governamentais e dos recursos públicos, ao passo que os partidos maiores por conseguir agregar mais filiados, geralmente são aqueles que colocam as cartas na mesa e ditam as regras.
            Assim, tornou-se comum que nos momentos de eleição, os “candidatos da gente”, já foram empurrados para nós “goela abaixo”, pois cabe aos partidos a definição e a escolha dos “melhores nomes” dentre seus correligionários que precisam ser dotados de confiança, importância e poder de urna. Somente a partir daí é que podemos opinar com o nosso voto, ou seja, vivemos a rebocar a “democracia de palanques” de teorias ilusórias, pois deveria caber a nós, a “massa de manobra”, a escolha dos melhores quadros que representasse os anseios, angústias e satisfações populares com projetos políticos de prioridade social.
Este primeiro critério de escolha, em muitas situações, cabe aos “donos dos partidos” e não ao conjunto de seus filiados e na maioria destas escolhas, sobressaem lideranças ultrapassadas e autoritárias, logicamente antidemocráticas, que quando chegam ao poder, passam a governar sem participação da população e ainda fazem gracinhas em nome da democracia. Mas, numa primeira ação de cunho popular é capaz de solicitar que a polícia dialogue à sua maneira com cassetetes, bombas de efeito moral e outros artefatos contra o mesmo povo que o elegeu, ou até silenciando vozes, para torná-las inoperantes.
Portanto, para ter uma participação mais efetiva, nós, os eleitores, deveríamos ser filiados aos partidos para agregar maior poder de decisão. Mas, como os partidos que já galgaram o poder também não correspondem porque grande parte de seus líderes não têm princípios e valores morais, torna-os sem credibilidade para com a sociedade e findam sendo muito mais enlameados que as suas lideranças no lamaçal da corrupção. Uma pena!
Edmilson Peixoto
Publicado na Edição nº 37 do Jornal "O Pioneiro" (...)

Nas últimas décadas tornou se perceptível a inclusão de vários grupos minoritários no plano político e social através de processos democráticos participativos e duradouros, contrapondo e amenizando a exclusão promovida pela ascensão da burguesia ao poder, que tinha como maquiagem uma falsa democracia que excluía muita gente da participação política efetiva.

Esta inclusão, no entanto, só passa a existir graças a luta empreendida para que mulheres, analfabetos, trabalhadores, negros e indígenas garantissem o direito de votar e serem votados e ter acesso a um processo democrático mais representativo. Dessa forma, a presença das minorias no cenário político e social vem se tornando cada vez mais importante no equilíbrio das forças antagônicas existentes.

Mas, infelizmente, ainda percebemos o quanto é ínfima a participação destas minorias nos centros de decisão e da representatividade social brasileira, em especial as mulheres, devido a uma escala hierárquica de prevalência masculina e podemos citar Canaã dos Carajás como exemplo, pois ao longo da existência político-administrativa do município, foram disponibilizadas trinta e seis vagas na Câmara de Vereadores e, somente três mulheres até hoje conseguiram ocupar cinco destes espaços, ou seja, somente 14% das vagas foram preenchidas por mulheres. Pior ainda é que 100% de candidaturas aos pleitos majoritários que estiveram em disputa em quatro eleições foram todas do sexo masculino.

A lei brasileira 9.504/97 em seu artigo 10 §3º, estabelece que cada partido ou coligação deve reservar um mínimo de 30% e um máximo de 70% para candidaturas de cada sexo, e aí define-se que a política de cotas de gênero para candidaturas nas eleições legislativas se insere no marco das ações afirmativas que visam o princípio de igualdade material e a superação da discriminação arraigada historicamente e outros fatos recentes que são marcos para a superação e ascensão da mulher na política brasileira vêm ocorrendo nos partidos políticos e no Senado Federal que já estão instituindo cotas de participação em 50% dos cargos de direção partidária e nas eleições, tornando um sistema paritário de disputa. Assim, as mulheres devem aproveitar o espaço legal existente para participarem mais efetivamente do cenário político brasileiro.

A aquisição de experiência política, portanto, é necessária para que as mulheres adquiram maior capital político e possam se eleger para que gradativamente conquiste os espaços até então dominados por uma cultura de comportamento machista, apesar que a maioria das mulheres ainda é responsável pelo cuidado com os filhos e, para participar, precisam de estrutura, como creches e horários compatíveis com suas responsabilidades, cabendo aos representantes do Estado oferecer também não somente condições de paridade, mas da efetiva participação feminina na vida pública.

A participação feminina em cargos políticos eletivos é uma vitória da luta por direitos iguais, portanto, é de responsabilidade das mulheres que engrosse as fileiras da participação e que neste próximo pleito eleitoral, possamos sentir o reflexo da presença maciça das mulheres no contexto da representatividade social.
Edmilson Peixoto
AUTOR: Olavo Pereira 
Poeta de Eldorado do Carajás

Quando a estrada é o único caminho
Sente-se o cansaço, não consegue caminhar
Para chegar ao destino, há uma esperança
é como uma criança, aprendendo a andar.


O destino é distante, precisa ter fé
O dia é tão claro, aproveitar a luz
Os olhos abertos, o caminho seduz
A noite o descanso, o sono produz.

Força, permanecem, o descanso é total
Amanheceu o dia, a luz é igual
Caminhos tranquilos a fé continua,
Olhas prá cima, procura um sinal.

Porque há um desvio, para onde seguir
Aparece alguém, para lhe dirigir
Se foi a esquerda, não vai conseguir,
A noite que chega, procure dormir.

Seguir a direita o dia vai chegar
E  verás um sinal, que lhe vai indicar
O caminho é plano, não vai se cansar
O destino perfeito, você vai encontrar.
Edmilson Peixoto
Autor: Edmilson Alves Peixoto
Publicado na Edição nº 36 do Jornal "O Pioneiro" (...)

Já decidi que votarei “sim” no plebiscito que definirá sobre a criação dos estados de Carajás e do Tapajós como desmembramento do Pará. Porém confesso que esta é uma atitude muito mais bairrista de minha parte e da parte de muita gente, pois não se vê perspectivas de melhorias na qualidade de vida do povo em desmembrar só por desmembrar sem alterar o comportamento político e a legislação hipócrita que beneficia apenas o capitalismo selvagem neste país.
Primeiro, a Lei Kandir é para nós um dos maiores entraves ao desenvolvimento humano, porque foi instituída para desonerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, os produtos primários e industrializados semielaborados e serviços exportados, ocasionando perdas irreparáveis na arrecadação de impostos aos estados e municípios. Como exemplo, podemos citar os royalties minerais que variam de acordo com o tipo do produto entre 0,3% e 3%, da arrecadação líquida, servindo apenas para gerar altíssimos lucros às empresas exportadoras de produtos primários, em especial os minerais.
Para ampliar ainda mais a miséria do povo, a “esmola” denominada royalty, parece ser compreendida como “responsabilidade social” por parte dessas empresas, que apenas sucateiam os municípios e destroem seu ambiente, enquanto seus povos não têm nem energia elétrica de qualidade que possa contribuir no desenvolvimento local.
Segundo, não adianta alterar a Lei Kandir se não houver um combate radical à corrupção nos “podres” poderes públicos, pois os representantes do povo, a cada dia se envolvem em mais escândalos, inclusive, muitos deles por uso indevido das “esmolinhas” e de outros recursos tão escassos. Por isso, o processo de emancipação deverá estender também para a representação política e eliminar essa que já existe, oportunizando que novos indivíduos sejam capazes de administrar o bem público para o público através da participação popular e não apenas servindo de “fantoches” às empresas multinacionais.
Mas, enquanto o objetivo é desmembrar Carajás e Tapajós, notamos que haverá apenas oportunidades para que “uma centena de espertos” se beneficie nestes novos estados, pois eles serão os futuros atores que comandarão e darão as cartas em nome da “luta” e do desenvolvimento humano, o que não acredito que isso venha a ocorrer. Em contrapartida, reduz distâncias para que possamos indicar e acompanhar nossos representantes mais de perto e com a divisão pode surgir algumas “migalhas” a mais.
Por outro lado, não desmembrar é o anseio de tantos outros espertos tradicionais do Pará que só conseguem chegar até Carajás ou Tapajós, quando é tempo de eleições e depois desaparecem com os projetos utópicos que seriam desenvolvidos por meio de políticas públicas, mas só utilizados no campo do discurso que é uma ferramenta estratégica que sempre é utilizada na conquista de votos. O pior de tudo isso é que muita gente está embarcando na defesa do “não” como se no Pará houvesse soluções para minimizar a miséria crescente de seu povo, seja da capital ou do interior.
Assim, ficamos cada vez mais atordoados entre a cruz e a espada por causa do bombardeio de vantagens apresentadas por cada lado. Mas, o que existe mesmo, é um grande jogo de interesses por traz de cada “espertalhão”, enquanto a tão prometida melhoria na qualidade de vida das pessoas deverá continuar somente no campo das promessas e ficar assim dentro de qualquer fronteira política. Ou seja, totalmente inexistente.
Edmilson Peixoto
Autor: Edmilson Alves Peixoto
Publicado na Edição nº 35 do Jornal "O Pioneiro" (18/07 a 15/08/2011)

Recentemente foi postado um comentário num blog local, por um cidadão que se dizia indignado e ofendido com as palavras proferidas por uma repórter de TV que comparou o Estado do Maranhão a réplica de uma vila construída para uma festa escolar.

Esta é apenas uma das inúmeras ofensas e menosprezo aos maranhenses, provocadas pelo povo de nossa região, porque constantemente estamos ouvindo expressões provocativas, onde os provocadores se julgam de certo modo melhores que os outros e até parece que há uma contaminação por parte dos “forasteiros” do ambiente em que eles frequentam. São mensagens e comentários maldosos e debochados, onde muitos atribuem nos seus bojos que as mazelas sociais, culturais, econômicas e até biológicas provém do Maranhão e de seus filhos.

Parece ser uma luta de demarcar territórios com uma defesa inconsciente, visto que os territórios não delimitam em nada além de uma fronteira fictícia que apesar de sua normatização e aceitação social, continua sendo imaginária e serve apenas para determinar uma organização político-administrativa e não para inferiorizar os povos de um lado ou do outro, muito menos suas culturas.

O que observamos é que são práticas etnocêntricas considerando que cada indivíduo se enche de razão para defender seu território cultural e tanto eu, como você ou qualquer um nós somos um pouquinho etnocêntricos em acreditar que a cultura de outros povos deveriam se adequar ou igualar a nossa, ou colocarmos-nos numa escala de superioridade em relação às demais culturas. Portanto, chegar ao ponto de não conceber que vivemos no mesmo patamar de tratamento sociocultural é no mínimo pura ignorância.

Mas, devido o preconceito visível nestas “brincadeiras”, podemos classificá-las ainda como atitudes xenofóbicas, pois torna percebível que o “desconhecido” ou “alguém de fora” do espaço precisa ser tratado com aversão ou ódio, mesmo que seja em tom de gracejo, faz com que os “forasteiros” sintam-se recuados e envergonhados em declarar seu natural para facilitar a redução do menosprezo e da rejeição que os inferiorizam em terras estranhas.

Este tratamento dispensado aos nossos irmãos lá do Maranhão tem sua história, e não é com base em condições econômicas territorialistas e muito menos sobre o direito de propriedade, pois o sistema dominante que esfacela os indivíduos está presente em qualquer rincão deste país e a superioridade está marcada em escalas de poder econômico e político além do prestígio de alguns em detrimento dos demais em qualquer estado brasileiro e não porque nasceu no Maranhão ou qualquer outro lugar.

Aos provocadores de plantão é preciso que entendam que o tratamento dispensado aos nossos irmãos maranhenses precisa ser revisto e ao invés de vestir-se de debochador, procure conhecer a história do Maranhão, sua cultura, sua gente e perceber que as pessoas precisam ser tratadas com mais respeito, sejam elas de qualquer parte do mundo, sejam negras, brancas, idosos, índios, crianças, mulheres, jovens, enfim, todos os seres humanos. 

Quanto ao “Maranhense Indignado”, parabéns pela atitude. É necessário que as pessoas maltratadas e ofendidas injustamente se indignem, pois só com muita indignação podemos obter a tão sonhada justiça social
Edmilson Peixoto
A 1ª Gincana Ambiental Estudantil de característica lúdica oportunizou prazer na execução de inúmeras atividades desenvolvidas pelos alunos da Escola Estadual João Nelson dos Prazeres Henriques, sendo considerada por todos um grande sucesso porque teve seus objetivos previstos plenamente concretizados ao abordar sobre a conscientização ambiental. 


A primeira proposta do projeto era difundir um processo de socialização entre alunos e turmas e destas com a sociedade e seu meio através de atividades coletivas para exercitar o intelecto, o respeito mútuo e o acato às regras. Em segundo, refletir sobre os impactos ambientais negativos provocados pelo homem e suas formas de superação, atrelados ao processo de aprendizagem, conforme todos os alunos foram unânimes em afirmar. 

As atividades iniciaram no mês de março com a realização de um curso on-line sobre “noções de meio ambiente” para familiarizar os participantes com o tema, além de redação, cordel, documentário, oficina e exposição na escola. Na semana do meio ambiente os alunos participaram de palestras, plantio de árvores na escola e nos bairros, caminhada de conscientização pelas ruas da cidade, trilha ecológica no bosque e atividades culturais e de lazer. 

Muita empolgação marcaram as dezessete equipes participantes, que criaram seus gritos de guerra, paródias, bandeiras e nomes temáticos, além de instituírem um capitão para cada equipe e caracterizarem as turmas com crachás e camisetas específicas. Portanto um dos pontos fortes da Gincana foi o recolhimento de materiais descartados na natureza como pneus, garrafas tipo pet, óleo utilizado em frituras e latinhas de cerveja e refrigerante para que fossem reciclados. 

Para compensar tanto esforço, as equipes que mais pontuaram fizeram uma excursão ao município de Tucuruí e numa programação que durou três dias e puderam conhecer outros municípios, assistir em conjunto uma sessão de cinema, tomar banho numa praia artificial no município de Breu Branco, visitar a cidade e o grande projeto da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, recebendo todas as explicações possíveis sobre a usina e eclusas por parte dos funcionários da Eletrobrás. Outras equipes que se aproximaram das primeiras em termo de pontuação, também excursionaram para a Serra dos Carajás por um dia. 

É preciso sempre contribuir com o debate para a conscientização com ações que assegurem a promoção da vida no planeta a partir de atitudes e valores indispensáveis à formação da cidadania plena e da ética relacionados aos problemas que afetam o meio ambiente e acredito que os alunos já estão fazendo sua parte. A Gincana foi aprovada pela maioria, já estamos no aguardo da 2ª edição no mês de junho do ano que vem. 

Parabéns aos alunos, professores e diretores que fizeram a 1ª Gincana Ambiental Estudantil acontecer e até a próxima.
Edmilson Peixoto
Autor: Edmilson Alves Peixoto
Publicado na Edição nº 34 do Jornal "O Pioneiro" (05/06 a 20/06/2011)

É preocupante quando o anormal se torna normal como os “gatos elétricos” em nosso município e até passam a fazer parte de nossa cultura, mas sem perceber que estas ações clandestinas estão se tornando prática comum, formando uma verdadeira “marginalidade intelectual”, pois são gerações inteiras convivendo com esta e outras ilegalidades. 


Estes “atos ilícitos” de trabalhar na “clandestinidade da gatunice” são qualificados como crimes por tratar da subtração de energia. Mas como aplicar a lei, se aqueles que deveriam dar suporte para sua aplicação não tem moral por não ampliar a capacidade e a qualidade do atendimento no setor elétrico? Surge a partir daí, os “gateiros”. Mas, ninguém quer ser “gateiro” o que todos querem é atuar na legalidade e não ser mais taxados de “clandestinos” mesmo pagando a conta com muitos impostos. 

Assim, é fácil decifrar que neste “balaio de gatos” os verdadeiros culpados são os governos e as concessionárias que vivem a cantarolar: “tô nem aí, tô nem aí” e querem mesmo é que todos se explodam num enorme curto-circuito, porque para os culpados não existe lei, muito menos punição e ficamos a ver navios. Ou melhor: sem ver nada às escuras e muito menos sem ter uma solução para o problema. 

Problemas estes que se resumem em “gambiarras” prá todo lado. É gente subindo em poste, descendo de poste, olhando o transformador pegando fogo, orando prá Deus tomar conta, fazendo “vaquinha” para comprar um cabo mais potente, colocando um fio aqui, outro ali, outro acolá, numa questão de mera sobrevivência para que “os ratos” não os devorem. Pior, é que às vezes, prá fugir dos “ratos”, alguns “gateiros” ficam “engatados”, nos seus próprios “gatos”, para alegria dos “ratos” que irão conquistar votos de outros sofredores nos velórios e lamentar pelos “votos eletrocutados”. 

Acredito que em virtude dos felinos terem mitologicamente sete vidas, muitas vidas ainda deverão passar por debaixo desse emaranhado de fios, porque o que interessa mesmo é a vida dos ratos e a exploração mineral que gera o lucro multinacional. Ali sim, energia de qualidade e tratamento elétrico vip e ao povão resta tão somente “fazer gatos” e ter uma carga excessiva de impostos para assegurar que os incentivos fiscais e energia elétrica de qualidade possam ser mantidos pelo estado ao grande capital. Por outro lado, grandes empreendimentos vão sendo instalados e nossa riqueza sendo levada, mas não se vê nenhuma perspectiva de ter energia elétrica decente para o povo deste lugar. 

Só resta uma alternativa: a mobilização popular para fazer com que capitalistas, governos e responsáveis pelo desserviço elétrico resolvam o problema. Seria normal se os representantes populares encabeçassem esta ação, mas como prevalece a anormalidade, é preciso que a massa vá para as ruas protestar e cobrar mais respeito e acima de tudo o fim da profissão de “gateiro”, dos “gatos elétricos” dos “ratos” e de outros bichos sanguessugas.
Edmilson Peixoto
Imagine as diferentes construções, analogias e significados que cada sociedade faz em torno da morte das pessoas! As “comemorações” dos americanos em virtude do assassinato do fundador e líder da rede Al-Qaeda, Osama Bin Laden, precisam ser analisadas, levando em consideração dois aspectos: a relação de perda provocada por um dos lados e o contentamento pelo fim trágico de alguém quando paira sobre os opostos. 

Dependendo do ponto de vista e da relação da vida do indivíduo, a morte relaciona-se a algo nunca aceitável e é sempre lamentável quando ela aparece. Mesmo que tenham que enfrentá-la, nem todos tem a coragem de encontrá-la e buscam refúgio à medida que pode. Ou seja, a morte é algo aterrorizador e não deveria ser motivo de alegria prá ninguém que a vive ou presencia-a, mas, depende justamente da relação intrínseca ou extrínseca dos seres humanos. 

Nos preceitos religiosos, a crença e a obediência dos fiéis aos ensinamentos e dogmas das igrejas, referem-se a morte como uma elevação a vida eterna, no sentido de amenizar a perca irreparável que qualquer membro do grupo que “partir desta”, possa provocar aos demais que permanecerem. 

Com isso, manifestações diversas são praticadas desde os processos crematórios com o lançamento das cinzas ao vento para o indivíduo cair no esquecimento do grupo; ou entre outros, as cinzas são guardadas como presença eterna junto aos familiares; uns ainda abastece o morto com todos seus pertences e alimentos; pode-se ainda entre alguns grupos religiosos, ter o morto reencarnado em alguém que ainda vive. Na nossa cultura, o choro, o sepultamento com acompanhamentos e visitas em datas específicas, são práticas comuns, mas todos os rituais de morte e luto têm similaridades, incluindo: unção, velório, enterro e orações, cultos, missas entre outros. Portanto, festejar a morte pelas ruas como um troféu conquistado numa disputa é no mínimo divergente das práticas exercidas. 

As comemorações neste caso é uma manifestação que contraria o choro ou o silêncio por respeito à morte de alguém, de acordo com a construção do sentimento envolvido. Neste aspecto, a morte pode ser sentida como uma derrota pela perda de alguém do grupo de convívio, ou simplesmente uma vitória pelo fim de alguém não desejado por opostos, onde se encaixa Bin Laden, o “vizinho agourento”, o “parente desviado”, o inimigo. Ou seja, todos aqueles que contrariam as regras de convivência grupal. 

No caso de Bin Laden, será que os americanos “riram melhor”, porque “riram por último” pelas ruas e avenidas ou foi a alegria dos terroristas pela morte de milhares de pessoas de maneira mais reservada? Até quando pessoas e grupos estarão exibindo a morte como trunfo por vitórias em batalhas que nunca terão fim, porque tem como diretriz a luta por poder econômico e político para poucos em nome do sofrimento de muitos? 

Uma coisa é certa: não é só o que aqui se faz, que se paga, mas até mesmo depois da morte muitos ainda têm que pagar. Isso depende somente da construção das virtudes e dos valores que a cada dia somos levados a praticar para não servirmos de troféu e escárnio no nosso pós-morte.
Edmilson Peixoto
Autor: Edmilson Alves Peixoto
Publicado na Edição nº 32 do Jornal "O Pioneiro"



Acredito que a chamada “democracia representativa brasileira” não pode ser considerada a comprovação de uma real democracia, porque ainda prevalecem interesses individuais e de exclusão por parte daqueles que chegam ao poder, e uma incapacidade de acompanhamento das demandas por parte dos representados que são lesados até no direito de viver, considerando que passam a ficar sob a égide destes representantes.


No parlamento federal brasileiro, os “representantes do povo” totalizam 513 deputados federais e 81 senadores e são os mais bem pagos do mundo, pois recebem somente de salários, 400 mil reais por ano, distribuídos em até um décimo quinto salário, criado por eles.


No final do ano passado nossos representantes no parlamento aprovaram o projeto de aumento em 61,83% nos seus próprios salários e passaram a receber o equivalente a R$ 26.723,13 mensais, ou seja, R$ 10.211,13 a mais nos seus bolsos, sem contabilizar outras entradas como verbas de gabinete, verbas indenizatórias, verbas para passagens aéreas, verbas para auxílio moradia, verbas nas cuecas, nas meias entre outras verbas de fontes desconhecidas. Uma verdadeira farra nacional.


No Pará, os deputados estaduais que recebiam R$ 12.000,00 mensais, também já fizeram seus reajustes, passando a receber desde fevereiro de 2011, a importância de R$ 20.000,00 por mês, ou seja, um acréscimo de 66,67% na remuneração, totalizando um aumento de R$ 8.000,00. Dos 41 deputados existentes na Assembleia Legislativa, apenas um votou contra esse aumento.


Além disso, no parlamento estadual existem aquelas outras verbas como no parlamento federal, e recentemente a Assembleia Legislativa do Pará aprovou ainda um décimo quarto salário e a tendência é criar também um décimo quinto. Uma verdadeira farra estadual


O salário-reclusão destinado aos dependentes daqueles que foram recolhidos à prisão e perdura durante o período em que o indivíduo estiver preso sob-regime fechado ou semiaberto, pulou de R$ 810,18, para R$ 862,11 pagos pela Previdência Social e no caso de morte do detento, o auxílio-reclusão vira pensão. Existe até o telefone 135 específico para atendimento nesta finalidade.


Por outro lado, os “representantes do povo” no parlamento federal aprovaram recentemente um aumento em 6,86% no salário mínimo, passando de R$ 510,00 para R$ 545,00, ou seja, um vergonhoso aumento de apenas 35,00 reais para os trabalhadores. Isso equivalente a R$ 7.085,00 por um ano de trabalho duro.


Para um trabalhador atingir o salário total recebido em apenas um mês por um deputado federal ou por um senador é preciso trabalhar quatro anos e dois meses. Se equipararmos ao salário recebido por um dos deputados estaduais no Pará, o trabalhador vai suar durante três longos anos e mais alguns dias para atingir o montante e, inclusive, precisa trabalhar durante quarenta e sete dias, ou seja, mais de um mês e meio para receber o que um presidiário recebe de salário por estar preso.


Estas são apenas algumas das comparações que podemos estar associando nesta relação nefasta entre representantes e representados e concluir que a verdadeira democracia é aquela que deve ter a participação recíproca entre ambos e principalmente, mais consciente de seu povo. Portanto, enquanto o sistema reproduzir a figura dos representantes como os “todos poderosos” e de um povo alienado, sempre irão ocorrer às farras nestes poderes ditos “democráticos”, e as recompensas não serão para aqueles que realmente trabalham.
Edmilson Peixoto
Autor: Edmilson Alves Peixoto
Publicado na Edição nº 31 do Jornal "O Pioneiro" 31/03 a 12/04


Você já ouviu o Plewley do Assunção? E o Léo Rithis? Acho que ali simplesmente repousava a serena intenção de manter a originalidade musical, que conforme observou Pimenta de Melo, existem umas antagonices nas “graças” dos novos indivíduos e é impressionante como Jemima, Arllesson e Valwanderson retratam essas graças do tipo made in Thawan sem “i”.

Impressionante mesmo foi quando a presença de Warligthian foi solicitada. Todos se entreolharam e num gesto de negação, puniram aquela “graça”, acredito que devido à falta de contatos sociais, ocasionando certa estranheza ou por nunca ter antes deparado com nada de igual magnitude. Portanto, em outro pavilhão, Riverson e Everson pareciam ser os “inversos” ou os “reversos” das nobres e singelas apresentações individuais daqueles cidadãos que procuravam explicações junto a Hanetiohanne e Isaac Donnadoni, do que seria essa nova moda de dificultar as coisas, ou pelo menos tentar em terras estranhas.

Mas foram Allef, Walef e Gesmiel com graças de tendências religiosas da ala de “Santa Rosa”, que fez todos flutuarem para além do ocidente e se imaginarem em terras orientais e esquecer momentaneamente a cidade do faz de contas dos alis e seus cinquentões, encravada junto aos minerais das terras brasilianas com domínio “valerista”, que Ales não tem nada a ver com este tipo de gente.

Quando fomos pulando de “galho em galho” e iniciávamos a leitura das “tábuas das graças” pareciam que havíamos fugido das terras brasilianas e estávamos em outra dimensão deste planeta, mas sem sair daqui e chegar até na terra dos “manda chuva”, onde conhecemos Goulart Sereniski, Maykon Dhool, Ricle Curvina e Phylype Pianco. Deve ser o processo globalizante. Só pode ser.

Por outro lado é importante frisar que o Jimmy Carter está entre nós e até recentemente tínhamos também o Michael Jackson, filho da dona Lindalva Jackson e garanto-lhe que a Samirany não estava na terra do maremoto navegando naquelas altas ondas sobre carros e apartamentos, por isto continua por aqui. Muito bom!

Estes brasilianos estrangeiros adoram suas graças ao passo que aqueles de cunho genuinamente brasilianos como “Dar Dores”, “Mundim”, “Pedo” ou “Maria do Espírito Santo Amém”, fazem questão de colocar as mãos sobre os ouvidos quando chega o momento destes pronunciamentos. Aias, aliás, que também é graça fica entre a cruz e a espada porque Paul mesclou o pseudo Agneudo de que as “Marias”, os “Josés” e os “Raimundos” não têm mais força para suportar a fúria globalizante das “graças” e estão desaparecendo das “tábuas de chamada”.